Irina, pt. II

Pt. II

Irina e o Sr. Eziquiel do talho acariaciavam-se intensamente entre as campas, os defuntos, com tal agitação interromperam o seu enterno respouso e acomodaram-se num lugar onde houvesse um ângulo que proporcionasse visão completa daquele espectáculo.
- Mais Xuxu, MAAIS! HARDER, BITCH, BITE ME HARDEEEEEEEER - E veio-se ali.
Enquanto o acto se prolongava, um olhar oculto penetrava naquela cena...
- MAS QUE É ISTO?
Todos se viraram perante tal grito.
- IRINA, 'inha Puta Russa! Outra bez na fouda, sem cobrar! AAAAH! 'inha pêga, agora num me escapas.
Entretanto, todos os falecidos regressaram à sua laje, incluíndo Ezequiel.
Irina mantinha-se perplexa, a olhar para o seu Superior. E rebenta em lágrimas, entre as quais balbucila:
- Mas, Mas *snif* eu estava num momento carente, ele é que me *snif snif* incentivou.
- Num quero saber! Já tenho o prejuízo de quando foste ao Sr. Basco, da quinta, e lhe biolas-te o cabalo, ó 'inha pêga, AI JASUS! JASUS ME ACUDA!
O Sr. Eufrázio, o proprietário da Irina, não media mais de 1,60m, tinha uma enorme barriga de cerveja, os bling bling baloiçavam-se sincronizados com os seus movimentos, já, um bocadinho calvo, o bigode farfalhudo de cor pardacenta compensava a falta de cabelo superior. Neste momento encontrava-se vermelhíssimo e literalmente, a espumar de raiva, aprochegou-se à beira de Irina, agarrou-a por um braço e levou-a para a sua carrinha de caixa aberta que tinha roubado da sua terra, Biana do Castelo.
- Ó 'inha Badia! Mas tu queres arruinar-me o negócio? HAN? QUERES?
- Desculpe Sr. Eufrázio - disse ela, a chorar (para variar um bocadinho)- não foi por mal, era uma necessidade, *snif* Ó senhora Eufrázio *faz cara de gato das botas so Shrek*
O Senhor Eufrázio olha para dentro da alma daquela adolescente profunda, cheia de problemas na sua vida, na qual, tudo parece não ter fim. Os comandos sem Pilhas, as unhas partidas e todos esses reais problemas de uma verdadeira adolescente traumatizada.
Na mente desta, as idas à casa-de-banho durantes as aulas, combinadas com outro dos seus grandes amores, Armindo, tranbordou-lhe a mente de nostalgia.
E os dois trocam outro olhar e abraçam-se... Os dramas de Eziquiel e Irina transformaram-se num só drama, e num piscar de olhos já estavam os dois a fornicar a força toda na sua carrinha caixa aberta de 1987. Irina finalmente, fornicou, sem interrupções com se não houvesse amanhã.

(TO BE CONTINUED)